segunda-feira, março 28, 2022

Ponto de Vista: Viva Brilhante Ustra. Abaixo Pabllo Vittar; eis a liberdade para Bolsonaro



Dias atrás, em decisão monocrática, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), bloqueou o aplicativo de mensagens Telegram e ameaçou banir a plataforma do País.

Açodados, críticos ligeiros de manchetes acusaram o ‘Xandão’ de praticar censura, e logo anunciaram a vitória do totalitarismo sobre a liberdade no Brasil. Ora, ou não entenderam absolutamente nada, ou – o mais provável – não entendem nada.

O CASO

A empresa não foi punida apenas por permitir toda sorte de crimes em sua rede social, como pedofilia, tráfico de drogas, venda de armas ilegais e outras barbaridades, mas, principalmente, por não obedecer seguidas ordens judiciais.

Mais ainda: a plataforma, sabidamente russa, com sede nos Emirados Árabes, de propriedade de um obscuro jovem ligado a grupos hackers, nem sequer representação legal (endereço, telefone, etc) possuía no País.

BOLSOMINIONS

Sobretudo os bolsonaristas enlouqueceram com a decisão do STF, pois atuam no Telegram como atuam fora dele, promovendo mentiras e arruaças digitais, que chamam de liberdade de expressão – bando de vagabundos!

Em ordem unida, após o toque do berrante do pastor, alegaram: ‘não se pode punir milhões de usuários por causa de alguns criminosos’. Bem, só fingiam não conhecer os demais e verdadeiros problemas já descritos acima.

LOLLAPALOOZA

Pois bem. Em São Paulo, está ocorrendo o festival internacional de música Lollapalooza. Milhares de jovens se aglomeram para ouvir dezenas de bandas nacionais e estrangeiras, onde o que importa é ‘sexo, drogas e rock and roll’.

Se há uma coisa que passa longe, mas muito longe dos corações e mentes da garotada em dias assim, chama-se política – e políticos! No linguajar da molecada, ‘que se danem esses engravatados de Brasília, que só fazem nos foder’.

MANIFESTAÇÕES

Obviamente, em eventos desse porte, um ou outro artista – isso é histórico e mundial – se manifesta politicamente. Alguns atacam os EUA, outros defendem os palestinos, outros, ainda, clamam pela paz mundial, e assim por diante.

No Brasil, o primeiro Rock In Rio – vixe, eu tô velho, hein? Eu estava lá! -, em 1985, na transição da ditadura militar, diversas manifestações políticas ocorreram durante alguns shows. E daí? Nem os milicos se importaram.

TOMATE CRU

Como eu disse, isso é histórico e mundial. Em um jogo do Brasil durante a Copa de 2014 – eu acho -, a então presidente da República, Dilma Rousseff, ouviu um sonoro e massivo coro de ‘vai tomate cru’. Manifestação popular é assim mesmo, pô.

Na ocasião, me lembro apenas do ex-tudo (ex-presidente, ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro), Lula da Silva, se manifestar de forma porca, como de costume, e atacar a ‘elite branca de olhos azuis’, pelo desaforo ouvido no estádio.

BOLSONARO

Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, está em campanha eleitoral desde 2016, e não parou. Mesmo na Presidência da República, dia sim, outro também, promove um factoide eleitoral, em franco desacordo com a legislação.

Pior. Utiliza equipamento e dinheiro públicos, como a Bolso TV (antiga TV Lula), ‘lives’ na internet, motociatas homicidas, passeios à praia, etc., para fazer campanha eleitoral antecipada – novamente: de forma ilegal.

CHILIQUE

Todas as vezes que cantores sertanejos, fãs do devoto da cloroquina, por exemplo, entoam zurros pró-mito e contra os ‘comunistas’ do lulopetismo, durante seus shows Brasil afora, os bolsonaristas não correm atrás do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Pois bem. Agora, durante o Lollapalooza, um ou dois artistas exibiram bandeiras do PT e do meliante de São Bernardo, e outros entoaram gritos de ‘fora, Bolsonaro’. Bem, o que fizeram os defensores da liberdade seletiva? Caíram de pau, é claro.

CENSURA

Os bolsonaristas correram para o TSE e pediram – vejam só!! – o cancelamento do festival. Sim. O maníaco do tratamento precoce e sua turma reacionária tentaram interromper o Lollapalooza por causa da camiseta de um Pabllo Vittar da vida.

Agora, eu pergunto: cadê a liberdade de expressão que tanto defendem? E a história do Telegram, de que não é justo prejudicar milhões por causa de alguns? É justo impedir um festival por causa de um ou dois artistas? Hein, gadolândia?

LIBERDADE

Liberdade, na boca dos bolsonaristas, não vale mais do que uma nota rasgada de 3 reais. Acreditam que pregar o fechamento do Congresso e do Supremo e ameaçar autoridades é liberdade de expressão, mas mostrar uma bandeira, não.

Acreditam que fechar uma empresa irregular no País atenta contra a liberdade, mas impedir um festival de música, não. Acreditam que pessoas livres não podem declarar apoio – a um bandido que seja!! -, se não for para quem gostam.

VOLTAMOS À DITADURA?

Ao provocar o TSE, e encontrar um ministro aliado, a bolsolândia conseguiu uma decisão proibindo manifestação política durante o festival. Bem, isso não é apenas inconstitucional, mas será solenemente ignorado por todos.

O que farão o ministro-censor e a turba reacionária do bolsonarismo? Irão multar todos os artistas e a multidão que se manifestar? Irão prender e torturar, a la Putin ou Chávez, dois declarados ídolos do patriarca das rachadinhas, os jovens?

TIRO PELA CULATRA

A reação ao arroubo ditatorial veio sob a forma de forte contrariedade da sociedade civil. E artistas diversos, como Anitta – simplesmente a número 1 do mundo na atualidade – e a banda Fresno, ‘cagaram’ para a determinação do censor.

A plateia, majoritariamente formada por jovens, como disse acima, interessados apenas em se divertir, evidentemente ‘entrou na pilha’ e se postou ao lado, aí, sim, da tal da liberdade de expressão e da livre manifestação política.

TORTURA

Neste domingo (27), durante mais um ato de campanha eleitoral antecipada, ao lado de criminosos notórios da política nacional, como Fernando Collor e Valdemar da Costa Neto, Jair Bolsonaro enalteceu, uma vez mais, o torturador Brilhante Ustra.

Eis o exemplo de ‘liberdade’ desse energúmeno e sua gente asquerosa. É isso o que temos para hoje, infelizmente, por enquanto, com a conivência de um ministro do TSE, que pensa poder decidir quem os brasileiros poderão ou não apoiar nas eleições de outubro.

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